sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Texto de Thales Moura

Universidade Estadual de Santa Cruz
Comunicação Social – Rádio e TV
Televisão Brasileira
Professor: Ricardo Freitas
Aluno: Thales Moura


Resumo do texto “O quarto iconoclasmo” – Arlindo Machado.


Em “O quarto iconoclasmo”, Arlindo Machado faz uma remontagem do antagonismo histórico entre imagem e palavra.
Com base na teologia, o iconoclasmo surge ainda na idade antiga. O Velho Testamento da Bíblia Sagrada traz várias citações restritivas em ralação ao culto às imagens, sendo a mais conhecida a que Maomé teria quebrado as tábuas das leis sagradas como forma de reprimir o hábito de cultuar imagens.
Já os filósofos antigos, encabeçados por Platão faziam uma critica mais direta às imagens. Segundo essa linha de pensamento filosófico, a imagem era classificada como algo nocivo ao intelecto, e por tanto, deveria ser banida da sociedade. Platão afirmava que a imagem se tratava de um simulacro, no sentido de imitação da realidade e, portanto, os produtores de imagens não passariam de impostores, que se valiam do uso delas para iludir as pessoas. Esses dois levantamentos fecham o que Arlindo Machado classifica como o primeiro iconoclasmo. Os outros dois iconoclasmos apontados por Arlindo Machado correspondem à proibição ocorrida durante o Império Bizantino e a proibição defendida por Calvino e Lutero durante a Reforma Protestante.
A partir daí fica claro que os períodos de proibição da imagem tiveram uma interferência direta da filosofia e principalmente da religião. Mas, é preciso entender que, ao menos da parte religiosa, o iconoclasmo não é uma investida direta à imagem em si, mas uma tentativa de conter o habito do ser humano de cultuar as imagens. Obviamente, a cultura islâmica e a judaico-cristã tiveram de usar de todos os artifícios para justificar essa investida contra as imagens, isso inclui o discurso de que existe uma superioridade da palavra em relação à imagem, e de que a Palavra Sagrada é a única que deve ser cultuada. Sendo assim, como o próprio Arlindo Machado afirma: “Todos esses três ciclos iconoclastas se ancoram numa crença inabalável no poder, na superioridade e na transcendência da palavra” (MACHADO 2001: 11).
Atualmente, por conta de uma conjuntura de fatores como o capitalismo e o desenvolvimento tecnológico, a multiplicação da imagem se dá de forma nunca antes vista e talvez, nem mesmo pensada. Hoje as imagens ocupam espaço em todos os lugares e as pessoas convivem com elas como se fossem inerentes à raça humana. Ainda assim, uma parcela de intelectuais, baseados nas idéias platônicas, tentam emplacar uma nova investida contra as imagens. Segundo eles, uma sociedade onde há uma predominância imagética está fadada à ruína. Eles apontam, ainda que sem comprovações, que as imagens são totalmente nocivas à sociedade e por conta disso, deveriam ser banidas. É ai que Arlindo Machado introduz o termo de classificação denominado o quarto iconoclasmo.
O autor traça então uma critica bem argumentada a respeito do iconoclasmo. Ele aponta questões importantíssimas a respeito do uso das imagens e exemplifica a beneficência de seu uso. A arte e a ciência são as maiores beneficiadas pela existência da possibilidade de representação através das imagens.
Foi a partir das imagens que a ciência pode fazer demonstrações com um grau de complexidade que tinha o entendimento dificultado pelo uso apenas da palavra escrita ou oral. Obviamente, a leitura que se faz de uma imagem é diferente da leitura feita a partir de palavras. É inegável que a leitura através das palavras é feita de uma forma mais objetiva e linear do que a leitura de imagens.
Por outro lado, além da vantagem na representação dessas demonstrações, a combinação de pictogramas como os da língua chinesa age como estímulo ao raciocínio da pessoa, para que esta possa absorver o sentido exprimido por essa combinação. Então, pode-se afirmar que a imagem substitui a escrita de forma plena ao entendimento. Exemplos mais claros disso são o cinema mudo e o cinema conceitual.
Diante de todo o exposto, o autor aponta para a importância que as imagens têm e que um modelo de sociedade sem imagens seria impensável na contemporaneidade. Segundo Arlindo, “somente agora nos é possível compreender a natureza mais profunda do discurso iconográfico, isso que poderíamos chamar de linguagem das imagens, capaz de expressar realidades diferentes, historicamente abafadas pelo tacão do iconoclasmo” (MACHADO 2001: 32).

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Universidade Estadual de Santa Cruz
Comunicação Social – Rádio e TV
Televisão Brasileira
Professor: Ricardo Freitas
Aluno: Thales Moura


Resumo do texto “O quarto iconoclasmo” – Arlindo Machado.


Em “O quarto iconoclasmo”, Arlindo Machado faz uma remontagem do antagonismo histórico entre imagem e palavra.
Com base na teologia, o iconoclasmo surge ainda na idade antiga. O Velho Testamento da Bíblia Sagrada traz várias citações restritivas em ralação ao culto às imagens, sendo a mais conhecida a que Maomé teria quebrado as tábuas das leis sagradas como forma de reprimir o hábito de cultuar imagens.
Já os filósofos antigos, encabeçados por Platão faziam uma critica mais direta às imagens. Segundo essa linha de pensamento filosófico, a imagem era classificada como algo nocivo ao intelecto, e por tanto, deveria ser banida da sociedade. Platão afirmava que a imagem se tratava de um simulacro, no sentido de imitação da realidade e, portanto, os produtores de imagens não passariam de impostores, que se valiam do uso delas para iludir as pessoas. Esses dois levantamentos fecham o que Arlindo Machado classifica como o primeiro iconoclasmo. Os outros dois iconoclasmos apontados por Arlindo Machado correspondem à proibição ocorrida durante o Império Bizantino e a proibição defendida por Calvino e Lutero durante a Reforma Protestante.
A partir daí fica claro que os períodos de proibição da imagem tiveram uma interferência direta da filosofia e principalmente da religião. Mas, é preciso entender que, ao menos da parte religiosa, o iconoclasmo não é uma investida direta à imagem em si, mas uma tentativa de conter o habito do ser humano de cultuar as imagens. Obviamente, a cultura islâmica e a judaico-cristã tiveram de usar de todos os artifícios para justificar essa investida contra as imagens, isso inclui o discurso de que existe uma superioridade da palavra em relação à imagem, e de que a Palavra Sagrada é a única que deve ser cultuada. Sendo assim, como o próprio Arlindo Machado afirma: “Todos esses três ciclos iconoclastas se ancoram numa crença inabalável no poder, na superioridade e na transcendência da palavra” (MACHADO 2001: 11).
Atualmente, por conta de uma conjuntura de fatores como o capitalismo e o desenvolvimento tecnológico, a multiplicação da imagem se dá de forma nunca antes vista e talvez, nem mesmo pensada. Hoje as imagens ocupam espaço em todos os lugares e as pessoas convivem com elas como se fossem inerentes à raça humana. Ainda assim, uma parcela de intelectuais, baseados nas idéias platônicas, tentam emplacar uma nova investida contra as imagens. Segundo eles, uma sociedade onde há uma predominância imagética está fadada à ruína. Eles apontam, ainda que sem comprovações, que as imagens são totalmente nocivas à sociedade e por conta disso, deveriam ser banidas. É ai que Arlindo Machado introduz o termo de classificação denominado o quarto iconoclasmo.
O autor traça então uma critica bem argumentada a respeito do iconoclasmo. Ele aponta questões importantíssimas a respeito do uso das imagens e exemplifica a beneficência de seu uso. A arte e a ciência são as maiores beneficiadas pela existência da possibilidade de representação através das imagens.
Foi a partir das imagens que a ciência pode fazer demonstrações com um grau de complexidade que tinha o entendimento dificultado pelo uso apenas da palavra escrita ou oral. Obviamente, a leitura que se faz de uma imagem é diferente da leitura feita a partir de palavras. É inegável que a leitura através das palavras é feita de uma forma mais objetiva e linear do que a leitura de imagens.
Por outro lado, além da vantagem na representação dessas demonstrações, a combinação de pictogramas como os da língua chinesa age como estímulo ao raciocínio da pessoa, para que esta possa absorver o sentido exprimido por essa combinação. Então, pode-se afirmar que a imagem substitui a escrita de forma plena ao entendimento. Exemplos mais claros disso são o cinema mudo e o cinema conceitual.
Diante de todo o exposto, o autor aponta para a importância que as imagens têm e que um modelo de sociedade sem imagens seria impensável na contemporaneidade. Segundo Arlindo, “somente agora nos é possível compreender a natureza mais profunda do discurso iconográfico, isso que poderíamos chamar de linguagem das imagens, capaz de expressar realidades diferentes, historicamente abafadas pelo tacão do iconoclasmo” (MACHADO 2001: 32).